É importante estabelecer uma aliança e um vínculo com o cliente (entrar realmente no mundo do outro, com aceitação). É somente a disposição dos dois participantes de se engajarem neste tipo de aliança e vínculo, que irá permitir que o ambiente terapêutico seja verdadeiramente curativo.
Estar “presente” para o cliente é estar o mais completamente disponível para a outra pessoa dentro do setting terapêutico, sem a interferência de considerações ou reservas. Isso requer que o terapeuta esteja atento à experiência do cliente, mas, simultaneamente esteja atento à sua própria existência.
Ter empatia com o cliente – capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender as coisas a partir do ponto de vista alheio. Para tal, é necessário que o terapeuta esteja disposto a “suspender” temporariamente seus pressupostos para tornar-se “aberto ao novo” e poder “ver” a unicidade daquele cliente.
Ter autoconhecimento, para não fazer a contratransferência (quando uma coisa não está clara em mim, eu transfiro para o outro).
Deve ter um sentimento de admiração – tem que se permitir ficar surpreso (estar sempre disponível para se surpreender, não em função de sua “ingenuidade”, mas por não pressupor precipitadamente o que aconteceria).
Procurar o “centro dinâmico” do cliente – ir além do obvio (patologia) e focalizar a “alma” da pessoa, o cerne do seu ser. Este centro da pessoa guarda seu “espírito” e nos dá o contexto para compreender o comportamento.
Ser capaz de “rastrear” as experiências e significados percebidos do cliente que estão ocorrendo a cada momento. Isto requer esforço e envolvimento do terapeuta, o que é inevitavelmente sentido pelo cliente e, leva ao estabelecimento de uma relação de confiança.
É necessário que o psicólogo tenha uma postura acolhedora e uma atenção amorosa com o cliente para que o vinculo seja mantido.
Estar constantemente aberto às diferentes formas de fazer terapia, enriquecendo sempre sua bagagem com a imensa e criativa diversidade de teorias e técnicas que possam ser integradas, no sentido de personalizar sua própria atuação como psicólogo.
O psicólogo tem que ter disciplina e auto-motivação para que todo o processo aconteça.
A construção do psicólogo passa pela integração de sua vida com seu trabalho, de sua mente com seu coração, da ciência com a arte, da lógica com a poesia.
Danielle Bittencourt